sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Chevrolet Agile LTZ
Maior e mais equipado do que se esperava, o Agile, enfim, ganhará as ruas em outubro. Segundo a Chevrolet, chega para brigar com o Fox, modelo que foi, assumidamente, sua fonte de inspiração. Desenvolvido no Brasil e fabricado na Argentina, em Rosário, tem a cara da Nova GM, literalmente. Acostume-se a ver dianteiras com grade em dois andares, painéis com iluminação azul e cabines com ambientes claramente definidos para motorista e passageiro: assim serão todos os GM ao redor do planeta.
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A Chevrolet nunca escondeu que sua engenharia mirou no Volkswagen Fox durante todas as fases do projeto – quando o Agile ainda atendia pelo nomecódigo Viva. Queriam um modelo espaçoso e com posição elevada de dirigir. E, olha, conseguiram. A cabine é ampla, com bom espaço lateral (para os ombros) e longitudinal (para as pernas). Isso é mérito de uma plataforma nova, que permitiu a montagem de uma carroceria mais larga que a do Fox (1,68 contra 1,64 m) e também mais comprida (4 contra 3,8 m). Mas, como não existe milagre na indústria automotiva, o Agile também teve de crescer por fora. Porém, ele não é tão alto quanto o Fox (1,47 contra 1,55 m), o que lhe tira aquele aspecto de hatch-minivan. Resumidamente, o Agile é um hatch com todas as dimensões (internas e externas) muito próximas às do Sandero, o que deve ser interpretado como um elogio, uma vez que o Renault é referência entre os hatches em espaço para pessoas e bagagem.

Perguntado sobre o desafio de desenhar um modelo específico para mercados emergentes, Carlos Barba, diretor de design no Brasil, diz: “É difícil desenhar um carro para o brasileiro, que é muito exigente. Ainda assim, conseguimos dar ao Agile linhas que traduzem toda a versatilidade do seu interior. Vai agradar públicos diferentes”. O otimismo de Barba é justificável. A frente do hatch, com grades enormes, é um pouco exagerada, mas é inegável o ar de imponência que confere. De perfil, é possível perceber que a equipe comandada por Barba desenhou portas traseiras compatíveis com futuras carrocerias montadas sobre a plataforma do Agile – fala-se em um SUV pequeno e um sedã.

Outra novidade que começa no Brasil com o Agile e que deverá se estender ao restante da família é a política de versões. A partir de agora, cada modelo terá apenas duas, LT (mais simples) e LTZ (topo-delinha). Num primeiro momento, a fábrica disponibilizou apenas a mais completa para avaliação. E lá fomos nós com o Agile LTZ para a pista.

Tecidos e plásticos em tons de cinza tornam a cabine aconchegante e reforçam a sensação de espaço. As junções dos extremos do painel com as portas possuem relevos e, junto com o formato do próprio painel, realçam o conceito de duplo cockpit que a GM adotou como marca registrada em seus últimos lançamentos – o Spark (veja na pág. 92) também tem ambientes bem definidos para motorista e passageiro. Nos bancos, o tecido aveludado reveste uma superfície de espuma trabalhada com ondas em relevo. O resultado estético é bem interessante.

Desde a versão LT, o carro sai com direção hidráulica, banco do motorista com regulagem de altura, ar quente, limpador do vidro traseiro, computador de bordo e piloto automático. A LTZ tem a mais faróis de neblina, rádio com Bluetooth e entradas auxiliares, travas, retrovisores e vidros (dianteiros) elétricos, alarme, coluna de direção com ajuste de altura e banco traseiro bipartido e dianteiro rebatível, para facilitar o transporte de objetos longos. Ar-condicionado digital e airbag duplo serão opcionais nas duas versões. Lanterna de neblina, vidros traseiros elétricos e ABS são opcionais exclusivos do LTZ. Os preços oficiais não foram divulgados, mas uma fonte ligada à fábrica revela que o motivo do suspense é a espera de novidades sobre o Fox remodelado, que deve chegar em novembro. Hoje, os preços do Fox 1.6 giram em torno de 35 000 e 38 000 reais e a GM deve adotar valores próximos nas versões LT e LTZ.

Efeito estufa
Apesar de não ser um sedutor pelas formas, o Agile conquista pelo conteúdo, o que diz muito para seu público, que verá nele o primeiro passo acima de um popular. Esse comprador gostará de viajar com o conforto do piloto automático e se divertirá com o computador de bordo com tela digital em meio aos instrumentos analógicos, mas continuará convivendo com deslizes típicos de carro popular. Junto à perna direita do motorista, há uma barra metálica de sustentação do painel, inexplicavelmente montada ao alcance dos olhos. Do outro lado, o passageiro precisa tomar cuidado para não arrancar com o pé a mangueira de drenagem do orifício que leva a água condensada para fora da cabine. Em cinco dos nove Agile oferecidos para avaliação da imprensa, os passageiros deslocaram acidentalmente a tal mangueira e a água caiu no carpete. Nas idas ao supermercado, pode ficar tranquilo: o portamalas do Agile é espaçoso, tem 327 litros de volume. Você só terá trabalho para arrumar frutas, verduras, legumes e congelados à direita. A cautela é necessária para evitar o aquecimento dos alimentos na volta para casa: sem um simples defletor de alumínio, o calor gerado pelo abafador traseiro do escapamento atinge diretamente o piso do porta-malas, no lado esquerdo – o tapete interno é fino e insuficiente para barrar a alta temperatura. A tampa do porta-malas, que só se abre inserindo a chave na fechadura, e o plástico com rebarbas junto à alavanca de abertura do capô (esfolou a mão de duas pessoas durante as fotos) encerram o pacote de economias exageradas.

Presente no Prisma (97/95 cv e 13,7/13,2 mkgf) e no trio Corsa, Meriva e Montana (105/99 cv e 13,4/13,2 mkgf), o motor 1.4 8V ganhou um terceiro acerto no Agile, com números exclusivos de potência e torque (102/97 cv e 13,5/13,2 mkgf). De acordo com a engenharia, isso ocorre graças ao desenho diferente dos sistemas de admissão e escape e em função das massas e aerodinâmica específicas de cada carro. Em nossos testes, o Agile mostrou boa relação de desempenho e consumo. Apesar da suspensão elevada, é um carro equilibrado: contorna curvas com competência, sem assustar o motorista com escapadas repentinas. Nas frenagens, a frente afunda bastante, mas a assistência do ABS mantém o Agile na trajetória – não abra mão desse opcional.

Espaçoso, econômico, bem equipado e com desenho diferenciado, o lançamento da Chevrolet aguarda a chegada da linha 2010 de seu grande rival, o Fox. Mas, enquanto ele não chega, o Agile vai encarando o Renault Sandero.
Volkswagen Gol RallyeO CrossFox foi o primeiro representante da Volkswagen no segmento de aventureiros urbanos. A receita de equipar o pequeno Fox com acessórios que emulam características off-road foi seguida à risca pela marca alemã, que não tem do que reclamar do sucesso de seu compacto. Mas quem acha o preço do CrossFox salgado demais (que começa em mais de 45 mil reais) ou não gosta do estilo do carro agora tem uma nova opção: o Gol Rallye.

A marca afirma que o Gol Rallye é uma versão com características que remetem ao mundo da aventura, mas com uma boa dose de esportividade. A dianteira é praticamente idêntica a da Saveiro Cross. Os faróis têm máscara negra e a parte inferior do para-choque recebeu um aplique de plástico, com direito a uma régua prateada logo abaixo da grade frontal pintada de preto e um par de faróis auxiliares.

De lado, notam-se as faixas com o nome da versão coladas na parte inferior das portas, que combinam com as molduras dos para-lamas em plástico preto. A traseira completa o visual com um aerofólio tingido de preto, faixas decorativas na tampa do porta-malas e um aplique prateado na parte inferior do para-choque. A suspensão foi elevada em 28 milímetros e os pneus são da medida 205/55 R15. A VW afirma que foram realizadas mudanças nos amortecedores e molas, além da adoção de uma barra estabilizadora com maior diâmetro. O eixo traseiro foi substituído por uma peça com maior rigidez.

O interior não tem mudanças visuais significativas, embora o acabamento em um tom de tecido mais escuro nos bancos, painéis de porta e até no teto dê um toque diferenciado. O comprador pode optar pela boa transmissão manual de cinco marchas, de engates suaves e precisos, ou pelo câmbio automatizado I-Motion, comodidade indisponível no CrossFox. O motor é o conhecido EA-111 1.6 VHT flex, que gera 104 cv com etanol e 101 cv com gasolina.

Segundo números fornecidos pela VW, o Gol Rallye acelera de 0 a 100 km/h em 10,3 segundos e atinge a velocidade máxima de 182 km/h, sempre com etanol. Se o combustível for a gasolina, as marcas sobem para 10,6 segundos e 180 km/h, respectivamente. Com o câmbio I-Motion, o Gol parte da imobilidade e chega aos 100 km/h em 10,8 segundos com álcool e 11,1 segundos com gasolina. A velocidade máxima é a mesma da versão manual.

O Gol Rallye oferece, de série, itens como direção hidráulica, rodas de liga leve de 15 polegadas, abertura elétrica do porta-malas, trio elétrico, sensor de estacionamento traseiro, coluna de direção regulável em altura e profundidade e computador de bordo. A versão Rallye I-Motion adiciona computador de bordo com sete funções e, claro, a transmissão automatizada de cinco velocidades.

A lista de opcionais inclui ar-condicionado, freios com sistema anti-travamento (ABS), rádio CD Player com reprodução de arquivos em MP3, entrada auxiliar USB e entrada para cartão de memória SD Card e airbag duplo. O Gol Rallye sai por 40.370 reais, enquanto que a versão I-Motion poderá ser comprada por 43.030 reais.